ANTONIO LUCIO VIVALDI
3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOGRAFIA
3ª parte
( 1ª e  2ª partes encontram-se em Antonio Vivaldi 1 e 2)
 
 
OBRA
 
A principal característica da obra de Antonio Vivaldi é a sua própria personalidade: uma agitação, um furor, um inquietamento, uma ânsia de compor raramente igualada em toda a história da música. É fácil verificar o tamanho desta fúria musical: seu catálogo de obras conta, sem contarmos o que se perdeu, 446 concertos, 73 sonatas, 44 motetos, três oratórios, duas serenatas, cerca de cem árias, 30 cantatas e 47 óperas!
 
Todas as peças têm a marca pessoal do compositor: a sedução. É bastante difícil ficar indiferente à música de Vivaldi, que é das mais ricas, brilhantes e coloridas já compostas. Nessa busca pelo coração do ouvinte, o Padre Ruivo sempre optou pelas formas mais claras e pelas estruturas mais simples para construir sua obra.
 
Vivaldi, no entanto, não pode ser considerado apenas um criador incansável de inesquecíveis melodias: ele deixou sua marca em toda a música instrumental que o sucedeu, por ser, verdadeiramente, o primeiro compositor sindônico. Com Vivaldi os violinos adquirem grande força e densidade orquestral; é fixado o esquema tradicional de movimentos (rápido-lento-rápido); surge o concerto para solista; a instrumentação e a orquestração ganham importância nunca alcançada. Não se pode esquecer seu lado "impressionista",  representado em obras como "As Quatro Estações" e "A Tempestade no Mar". Vivaldi fazia muito mais evocação e representação de sentimentos que simples descrição.  Por isso sua música era nova para a época em que foi composta e até hoje não perdeu seu encanto.
 
Vivaldi se destacou principalmente em três gêneros: música sacra (apesar de tudo, ainda era padre), ópera e, principalmente, o concerto, que é onde se encontra o melhor de sua música.
 
 
MÚSICA SACRA
 
É a parte da extensa produção vivaldiana menos conhecida pelo grande público, mas é também uma das mais interessantes. Vivaldi, como compositor de ópera, não poderia deixar de escrever música sacra "teatral", cheia de vigor e vitalidade. A união teatral-litúrgico / sacro-profano, como na própria vida do compositor, faz-se presente de forma marcante.
 
A mais conhecida peça sacra de Vivaldi é o "Glória", uma obra majestosa e de beleza impressionante. Outras obras-primas: o "Stabat Mater", intensamente dramático; o "Salmo 111", "Beatus Vir", o "Credo" e o "Dixit Dominus".
 
No campo do oratório, a maior obra de Vivaldi é o imponente "Juditha Triumphans", escrito em 1716, de orquestração deslumbrante e de virtuosismo vocal quase operístico, sendo, inclusive, muito mais convincente em termos dramáticos do que suas próprias óperas.
 
 
ÓPERA
 
Apesar de ter dedicado a maior parte da vida ao teatro, a produção operística de Vivaldi não está entre a melhor música que compôs. Exatamente como pintou Marcello em "Il Teatro Alla Moda", foi, nessa área, um compositor tradicional, infinitamente ligado às convenções e aos modismos.
 
O pior defeito das óperas vivaldianas está nos libretos, muito fracos e desinteressantes, o que não importava muito a Vivaldi. O compositor adapta seu estilo vibrante e sua instrumentação colorida ao que o público veneziano queria e estava acostumado a ver em cena: muito bel canto e virtuosismo vocal para a glória dos cantores.
 
A melhor incursão de Vivaldi no gênero é, sem dúvida, "Orlando Furioso", ópera que, numa atitude incomum, foi reescrita três vezes, o que deve explicar a sua qualidade.
 
 
CONCERTO
 
Este sim, é o território das maiores obras-primas vivaldianas, e onde ele transformou toda sua fantasia em música. Já vimos o quanto estes concertos ajudaram a fixar inúmeras características da música sinfõnica posterior. O Vivaldi dos concertos é o Vivaldi revolucionário e experimentalista.
 
A grande explicação para essa ousadia é o fato de que todas estas obras foram destinadas ao "Ospedale della Pietà". Lá ele tinha toda a liberdade - e estrutura, principalmente - para realizar seus exercícios e experimentações. No "Ospedale" Vivaldi não tinha nenhuma das preocupações com o gosto volúvel do público, com o estrelismo dos cantores e com a necessidade constante de sucesso, que eram as tônicas de sua carreira teatral.
 
A maior parte dos concertos são para violino (223), mas Vivaldi gostava de experimentar outras combinações instrumentais: 27 concertos para violoncelo, 39 para fagote, 13 pra oboé e até concertos para trompa, viola d'amore, alúde, tiorba, bandolim, flautim...
 
A grande maioria dessas obras ficaram em manuscritos que depois foram vendidos por um ducado cada, alguns meses antes de sua morte. Ainda em vida, outros poucos foram publicados em coleções cujos nomes são bastante significativos: "L'Estro Armonico" ("A Inspiração Harmoniosa"), "La Stravaganza"  ("A Extravagância"). "Il cimento dell'armonia e dell'invenzione" ("O confronto entre a harmonia e a invenção"), "La Cetra" ("A Cítara") e o "Il Pastor Fido" ("O Pastor Fiel").
 
O conjunto mais conhecido é o opus 8, o confronto entre a harmonia e a invenção, que incluem "As Quatro Estações", "A Tempestade no Mar" e "La Notte". Os quatro primeiros concertos do álbum são justamente as estações, que se tornaram a obra mais célebre do compositor e uma das mais queridas de toda a música ocidental.
 
 
Fontes:

www.bravissimo.hpg.ig.com.br/biografias/Avivaldi.htm

http://home.kc.rr.com/vivaldi

 
Veneza, Itália, 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundo Musical:
Sonata Trio Opus 1, nº 2 Allegro
 
Produção e Formatação:
Mario Capelluto e Ida Aranha